Cuidados Paliativos para qualidade de vida
🦋 Conversando sobre envelhecimento, esses dias, com um paciente, o tema finitude apareceu… e os Cuidados Paliativos também.
“- Mas cuidados paliativos não é pra quem já está desenganado e em fim de vida?”
Abriu-se aqui uma ótima oportunidade para promover psicoeducação. E eu aproveitei.
Esclareci que trazemos essa distorção de compreensão acerca do objetivo dos Cuidados Paliativos na vida de uma pessoa com adoecimento ameaçador da vida e que, infelizmente, esse conceito distorcido nos distancia da potência de qualidade de vida e dignidade que essa área da Assistência tem a oferecer aos pacientes e familiares.
Com a Comunicação Não Violenta aprendemos sobre o quanto os julgamentos baseados em opiniões e não em fatos criam rótulos que nos desconectam da realidade. Esse movimento presente na nossa comunicação contribui para a criação de preconceito e, consequentemente, para sua disseminação.
Todos perdemos com isso.
Julgamos que Cuidados Paliativos é para “quando não tem mais nada a fazer”, mas o FATO é que se trata justamente do muito que pode ser feito para alívio do sofrimento físico, emocional, familiar, social e espiritual, presentes no tratamento de uma doença grave.
Julgamos que Cuidados Paliativos é para os “desenganados ”, mas o FATO é que coloca o paciente como protagonista de sua historia, oferecendo autonomia no sentir, no pensar e no agir perante seu percurso biográfico. Como bem diz @anaclauquintanaarantes, “desenganado é quem saiu da ilusão e do engano”.
Julgamos que Cuidados Paliativos é somente para o “fim da vida”, mas o FATO é que se trata de uma área da saúde dedicada integralmente a promover QUALIDADE de vida, desde o momento do diagnóstico de uma doença grave, buscando assegurar conforto, dignidade e autonomia, para que o paciente não tenha sua vida reduzida a uma doença.
Foi uma sessão linda, em que a psicoeducação cumpriu seu papel, abrindo espaço para novos entendimentos sobre o que seja realmente paliATIVO.
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